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Álvaro Feijó - Dois Sonetos da Hora Triste

"Os Poemas de Álvaro Feijó" são uma compilação póstuma da obra completa do autor, publicada após sua morte pela coleção Novo Cancioneiro. Neste volume encontraremos este belíssimo soneto magistralmente declamado por Maria de Jesus Barroso que ao emprestar-lhe a sua voz, confere-lhe também um brilho especial. Deixo-vos agora com este maravilhoso momento de introspecção adoravelmente melancólico. Quando eu morrer — e hei-de morrer primeiro Do que tu — não deixes de fechar-me os olhos Meu Amor. Continua a espelhar-te nos meus olhos E ver-te-ás de corpo inteiro. Como quando sorrias no meu colo. E, ao veres que tenho toda a tua imagem Dentro de mim, se, então, tiveres coragem, Fecha-me os olhos com um beijo. (Eu, Marco Polo) Farei a nebulosa travessia E o rastro da minha barca Segui-los-á em pensamento. Abarca Nele o mar inteiro, o porto, a ria... E, se me vires chegar ao cais dos céus, Ver-me-ás, debruçado sobre as ondas, para dizer-te adeus, II Não um adeus distante Ou um adeu